terça-feira, 10 de março de 2009

Podia escrever o que viesse na cabeça


Podia escrever o que viesse na Cabeça e tudo que afugentasse a solidão sem fim. Mesmo mundo noutro mundo este mundo tão imundo essas almas sem transplantes. Num passado retumbante.Podres almas seguem adiante. Me roubaram a identidade.Um deus da marginalidade é o que sou. Meus estudos do q’eu sou fogem na imortalidade. Feitos de irracionalidades tempestades de desejos na natureza me inundei. Movimento dos quadris, ondas ressonantes. Três luas de amor cigano. Fogem antigas atitudes, mortes esquecidas do eu em mim. Esperando, esperando, esperando o sol.Digamos que projeto o futuro que quero, porém todos me sabotam. Já não sei o que quero, pois meu querer não depende só de mim. Por isto não respondo nem por mim mesmo porque que deveria contar com vocês. Deserto oásis da solidão e paz. Faça o que tu quiseres pois eu também farei. Orelha de plástico e olhos de vidro. Dias perfeitos de se viver. Movimentos em busca de resgate do meu eu. A chuva não parou o dia todo. O que meu DNA tem a dizer? E o mapa astral? E as linhas da mão? Um pucheiro bem caldiado e taças e taças de Tannat. Isso eu não esqueço,a dependência do vinho e um paladar campeiro refinado. Minhas raízes gaúchas e meus litros diários de mate. Um bicho do mato nas cidades. Sobrevive o desgarrado. Meu professor de dança Mrs. James Brow. O bater do coração no suingue da funkeira. Mostro-lhe tudo daqui. Vou fazer uma busca em todos os meus pertences. Olhar tudo e botar num inventário. O que sairá daí? Algum traço de minha identidade perdida? Digitais de pertences. Amnésias, justo, sem significados. Música negra americana. Acho que não passo de um sacana. Quero ficar acordado e trabalhar no silêncio da noite. Mas o sono com seu manto escuro, meus desejos O atacam de assalto.

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